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31.7.04

resumo 

dia_1

"me empresta sua esperança?" o brilho azul no teto me anunciou por um segundo que na sequencia escutaria o som do despertador do celular. travei os dentes. havia dormindo por menos de 3 horas. tensa. como quase sempre. caminhos errados. eu me levanto. eu como. eu sento nos bancos de ônibus, metrô e mais ônibus. essa parte da cidade eu realmente não conhecia. frio. distante. eu fico com bem menos medo do que em condições normais. afinal, é assim que é o caminho. esta doendo muito. trabalho. mediocridade. eu não me sinto nem levemente contemplada. pessoas desconfiadas, olhares quase infantis. fisionomias marcadas. esforço. labor... as perspectivas aqui sinceramente devem ser outras.eu volto, não por que queira, mas não há aonde ir. e assim tão perdida chego quase a por de uma vez por todas fim nessa infinidade de desencontros. eu não estou aqui, é muito triste.telefone. vozes. vou amargando de dentro p/ fora. um sabor horrivel me inunda a boca. deito no sofá. ninguém entende o silencio, ninguém entende meu rosto afundado no travesseiro. eles fazem que não percebem. e eu nem tento fazer que não choro. meu peito esta cheio. meus olhos estão irritados, apareceu uma bolota em um deles. levei um soco. devo ter quebrado algo quando comecei a chutar todas as coisas no quarto. posteriormente devo verificar.


dia_2

o mesmo ritual. cedo. sempre é cedo para se acordar quando não conseguimos dormir. qual é a natureza humana? o que relacionamos a amor? eu não entendo realmente de nada. eu prefiro ser o mais cego do que ser o mais triste. eu não conseguia mais nada. as ruas passando. é bom que alguém me leve mesmo. sozinha esta tão complicado. e as coisas vão se ajeitar. ora, nem percebi e já estava rodando mais uma vez pelo centro. telefone. me sinto muito decepcionada comigo mesma. deveria ter sido melhor. mas não consegui. o melhor mesmo deve ser calcular severamente a consideração que será de agora em diante dispensada a mim. eu me sinto desprezivel. busquei algum conforto no anonimato. vazio. não há mais espaço para mim. não consigo mais nada. mas busco, imploro alguma atenção. planejo algumas horas de confortavel esquecimento. mas não funciona. e travando muito os dentes eu consigo uns arremedos escrotos de sorriso. estou além! desesperada eu me deito e é vigilia. praticamente de hora em hora eu me acordo. não há um só lugar que não me mate pelas lembranças.


dia_3

chão gelado e duro. o olho dolorido me afeta menos. um pai me ajudou com algum remédio. eu jamais havia parado para pensar que um pai poderia se importar e fazer esse tipo de coisa. deve ser realmente bom em diversas ocasiões poder contar com a familia. mas estou nesse chão diferente. chorei um pouco, mas eu busquei não me mover. vou deixando as horas passarem. assim falta menos para... o que mesmo? nada me aguarda. cada dia me deixa mais amarga. ontem ouvi que estava diferente e ainda mais seria. é.não consigo me divertir. acho que não quero mais ver muitas pessoas ao mesmo tempo. na proxima semana aulas. será uma tortura. eu fiquei muito abalada ao ver as minhas coisas jogadas. o valor é atribuído mesmo pela gente. vou jogar muita coisa fora. não me sinto mais ligada a muito do que antes me identificava. coisinhas. estou me sentindo muito sozinha. muito do que eu disse não faz mais sentido. as horas se arrastam, não há rastros. estou sem paladar para com a vida. esperando pelo que mesmo? que derrota. eu espero que as coisas melhorem e não necessariamente para mim. estou sem vontade de falar. as palavras perderam o significado e o silencio também. entendo muito bem que me afoguei. nossa, é muito doloroso engolir a seco erros tão espinhosos.
essa tela só me agride. vou embora.

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