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25.7.06

psicografadas 

desde o dia em que te entreguei e felicidade
você usa as noites como dias
bronzeia sua pele sob luzes opacas
de bares sujos

com um aceno desinteressado
responde ao sorriso escancarado
como um esgar de dor
de suas putas tristes
preferidas e desconhecidas

desde o dia em que teu olhar repousou
sobre a coisa morta que era
nosso reflexo

entreguei a você
mas a mantive comigo

todo barulho lá fora, agora
é apenas canção
o tambor mais sentido silenciou
e se perdeu como a fumaça em tuas narinas

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não, não ache que eu gosto de poesia.
me ame por um sorriso pior que a morte.

20.7.06

os sons do silêncio... 

esse escritório quando vazio, me causa um certo frio no estômago. os telefones tocando ao mesmo tempo. o pé direito interminável. eu puxo uma ou outra ligação. e meu peito fica apertado. os ombros duros. não me reconheço. essa voz. esse mar de formalidades... sou eu. mas não sei mesmo por onde ando. eu tenho uma tarde toda sozinha. e minha boca esta amarga.
não sei o que fazer com esse tempo. o ar escapa impune.

estou desacostumada.


eu que precisava tanto jogar uma parte consistente deste ódio para fora. seria mais ou menos como um vômito, mas com certeza nada saíria pelo nariz.
eu que precisava tirar isso de dentro, forçar mesmo que dolorosamente o fim. o fim desse tormento que é sentir crescer por dentro o verme da morte. prenhe da prórpia morte li em algum lugar...
eu estava tendo uns pesadelos brutais por alguns dias, mas no fim de semana eu só tentava descansar.
estas mini férias de nada adiantam... não muito nada. e ainda assim me basta.
eu fico dividida entre a teoria e a prática, fiz um corte bem feio na mão por não prestar atenção no pão e na faca.
eu tenho dessas, essa minha fuga abstrata.
quero comprar alguns filmes, uma cama gigante e um livreiro.
quero um apartamento só meu.
quero quero quero
quis quis quis

minha cabeça voltou a doer. marquei pra sempre uma lembrança na pele.
eu parei de contar as horas. me sinto tão leve...



vontade de voltar a cantar, vontade de gritar até que os olhos sangrem.
vontade de querer e de ter forças.
não sobra muito tempo para ter orgulho quando a "confiança é uma mulher ingrata".

preciso queimar muito papel. minha cabeça me mata, e ainda preciso cortar minha lingua.

12.7.06

Neste romance, pouco importa se o cenário de fundo é a antiga Tchecoeslováquia ou qualquer outro ponto geográfico.

O autor nos remete a um espaço-tempo metafísico e nos provoca sentimentos que vão da repulsa ao lirismo.



Valendo-se do romantismo moderno, Milan Kundera, sustentado por uma solaridade narrativa, apresenta-nos o poeta Jaromil que pode ser a síntese do lirismo e do niilismo ocidental à sombra do regime comunista.

Jaromil é a personificação da angústia, do inconformismo, da eterna busca (típica dos estetas) pelo belo e a encarnação do mito grego edipiano. O relacionamento do poeta com sua mãe beira a dependência patológica.

Poucas vezes um livro foi capaz de abordar a dor e a delícia do fazer poético com tal profundidade e leveza, resultando num amálgama filosófico-existencial. Além do que, romances sobre poesia costumam esbanjar pieguice e linguagem estereotipada.

Definitivamente, A vida está em outro lugar não é um romance para adolescentes que flertam com o colorido da ingenuidade. A história do poeta Jaromil foi arquitetada para nos amadurecer, enquanto nos revela um escriba tocado pela experiência de ser e estar no mundo com um pé na sua época e outro na elasticidade do pensamento humano.

É um fato que o livro citado não é o trabalho mais famoso de Milan Kundera, mas, certamente, é o mais questionador.

O personagem, a exemplo das criações shakesperianas, rapidamente cria uma identidade no leitor, despertando com facilidade sensações de raiva, empatia, pena e até indiferença.

Jaromil é nosso arquétipo para estudos freudianos numa sociedade em que ainda prevaleciam convicções político-partidárias e a criação literária costumava receber o carimbo de subversiva – bons motivos para a procura por uma sublimação, ainda que ela estivesse em outro lugar.

É impossível sair ileso da morte.

--
http://pt.shvoong.com/books/novel/8957-vida-est%C3%A1-em-outro-lugar/

Quero escrever o borrão vermelho de sangue 

Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.


Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.


Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.


Clarice Lispector


Under my thumb' the girl
Who once had me down
Under my thumb's the girl
Who once fucked me around
It's down to me
The way she talks when she's spoken to down to me
Change has come, she's under my thumb

Under my thumb's
The squirmin' dog who's just had her day
Under my thumb's
A girl who has just changed her ways
It's down to me

The difference in the clothes she wears, down to me
Change has come, she's under my thumb

Under my thumb
It's a Siamese
Cat of a girl
Under my thumb
Well, she's the sweetest
Pet in the world
It's down to me

The way she does just what she's told down to me
Change has come, she's under my thumb

Under my thumb
Her eyes are just kept
To herself
Under my thumb
Well, I
I can still look at someone else
It's down to me

The way she comes when I tell her to laugh at me
Change has come, she's under my thumb
Yeah

4.7.06

tô com gosto de de algo que mastiguei na boca. esqueci como se escreve aquela palavra...
eu tenho tantas coisas para estudar que meu dia se torna um lamaçal. a dor de cabeça nem dá tregua e esqueci os óculos em casa. tsc.
eu tô com fome e nem sei do que, esta insatisfação tem nome e sobrenome.

quero férias, urgente! quero massagem.
quero mais atenção.
acho que estou enlouquecendo.

nada disso se parece com oq costumo escrever.

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