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13.8.05

][afogo o sol nos seus olhos
passos certos na escuridão][

os dias vem sendo longos, mas não intermináveis. não tem faca nenhuma nas
minhas costas. eu aguardo o impacto, ele não falha, e me prova que ainda
vivo.

o sangue que corre nas minhas veias é tão vermelho quanto o seu.
eu mesma duvido disso inúmeras vezes. mas a constatação é inequivoca.

o ar que entra na minha boca, não preenche o vazio deixado. mas por mais
que me esforce não consigo me recordar como era antes.
parece, desde então, que o que havia para ser perdido foi definitivamente
desintegrado no infinito.

um grande trabalho bem feito.

e eu já disse isso antes.

caminho com o vento rasgando a pele delicada do meu rosto. me sinto tão
bela quando sei exatamente o que me atormenta.
meu pedido de socorro foi categoricamente ignorado, o sorrisinho que
acompanha, é apenas um brinde. eu nem ao menos sei o que se propõe a
significar!

tem algo diferente, eu sinto com os pelos que se arrepiam na nuca.

as coisas chegam sim, devagar... ritmicas ou não. mas sempre chegam. e é
engraçado demais. no pior sentido.

as vezes eu ainda desejo enfiar a mão na boca, seguir pela garganta e lá
de dentro arrancar a verdade. mas como antes, sou eu cuspindo meu sangue
em você. matando pelo privilégio de morrer. surrealismo. tudo escorrendo
pelas paredes invisiveis que me apertam.

gostosamente eu me deito sozinha na mesma cama de sempre, é como dizem:
joelhou tem que rezar.

mas vem sendo assim há um longo esfoaçar dos dias. tempo de graça. graça e
desgraça. não estou mais apavorada. ainda há vida, sinceramente eu não
desisto. não de acreditar em algumas possibilidades.
a construção intrincada da simplicidade. a sede que me rasga as mucosas.
o silêncio que oprime meu coração e fica retumbando até deixar minhas
orelhas vermelhas.

a minha atenção é uma droga que te faz sangrar quando você inala. e a sua
me faz subir aos céus, só pelo prazer de me ver desesperada ao despencar.

eu não quero mais entender os mecanismos que levam a falencia e a
desistencia. eu não quero mais ver meu sangue branco e pastoso como o das
baratas.

eu preciso ferver, violentamente ferver.

quem sabe seja mais prático imaginar que me trasnformei em uma estranha,
mas prefiro calcular as responsabilidades divididas.
assim sendo, não posso negar que meu problema é que você me fez derreter e
não quero mais congelar.

eu nunca me senti da maneira como me sinto hoje. é tão profundo que é
dificil para mim especificar. roubo as palavras de outros, pois elas de
certa forma traduzem o que pretendo.
mas ainda assim... preciso aprender a viver, tendo a certeza de que estou
sozinha, e ainda assim mereço que esta vida seja de qualidade.



tudo posso naquela que me fortalece: eu. eu. eu!

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