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27.10.09

não posso afirmar que somente de tranquilidade eu sobreviveria. a alma é inquieta, procura rastros do antigamente. de outras vidas. de outros tempos. dos que ela mesma permitiu que não mais aqui estivessem. talvez não seja bem assim. é mais passageiro.
não não é.
eles se afogam em cinzas. elas. tanto faz.
e aquela voz pergunta esganiçada: o que eu me tornei?
era isso o tudo? e o que vem depois? sim. carne na carne. calor. belos olhos perdidos no nada.
mão vazias. braços abertos. parece que eu pulei algumas cenas.
os anos que passaram. era uma boa idéia. e eu abraçaria essa idéia. tiraria toda a dor dela. esticaria meus braços para mante-la longe de toda injúria desse mundo de absurdos.
e talvez nem eles sejam assim. talvez nada seja assim.
tanto faz? não é assim.
a dor não é mais a única coisa real. não é nela que devo me focar. eu digo e repito. mas eu me lembro de tudo. ainda que eu seja uma outra pessoa. e que esteja, ainda aqui, exatamente aqui. dentro de mim. represada.
isso não tenho como explicar.
nem gostaria de.
eu deveria de alguma forma distorcida, agradecer. toda aquela graciosa lama que me devorava, me tornou uma guerreira.
é até engraçado. não. ou quem sabe.
estou mais forte. é sim.

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